Na jornada de transição de gênero, cada passo é significativo, e a redesignação sexual representa um marco importante. Realizada no SUS desde 2008, o procedimento passou a ser ofertado pelos planos de saúde após aprovação, por unanimidade, da Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça.
Esse procedimento cirúrgico, realizado ao final do processo transexualizador, é destinado a pessoas que não se identificam com o sexo atribuído ao nascimento. No entanto, a cirurgia altera as estruturas do assoalho pélvico, o que pode resultar em algumas disfunções.
A fisioterapeuta Laura Barrios, da Clínica Ginelife, destaca a importância da fisioterapia pélvica na prevenção e tratamento dessas disfunções. “As cirurgias de redesignação podem causar complicações, como dor durante a relação sexual, dor pélvica, incontinência urinária e estreitamento vaginal, afetando a musculatura do assoalho pélvico. A fisioterapia é essencial para fortalecer os músculos e ligamentos que sustentam órgãos como a bexiga e o intestino, além de toda a estrutura na região inferior do abdômen, incluindo músculos, nervos e vasos sanguíneos”, explica Laura.
Para a especialista, a intervenção fisioterapêutica é crucial para melhorar a qualidade de vida após a cirurgia. “Os fisioterapeutas utilizam diversas técnicas, incluindo a dessensibilização da região perineal, eletroestimulação, massagem perineal, alongamentos pélvicos e o uso de dilatadores vaginais”, comenta Laura, enfatizando a importância das pessoas trans se conectarem com seus corpos após o procedimento.
Autocuidado e qualidade de Vida
A transição de gênero é um processo complexo e profundamente pessoal, onde cada etapa, incluindo a redesignação sexual, carrega grande importância. A fisioterapia pélvica desempenha um papel vital na recuperação pós-cirúrgica, ajudando a prevenir complicações e a promover a qualidade de vida.
“Com um enfoque personalizado e inclusivo, respeitando as necessidades individuais, essa intervenção terapêutica não só fortalece o corpo, mas também promove o autocuidado e o empoderamento, elementos essenciais para a saúde e o bem-estar das pessoas trans”, concluiu a fisioterapeuta.