Amamentação: as 5 maiores dificuldades das mães (e como resolvê-las)

Como se proteger das doenças sexualmente transmissíveis em alta no Brasil
7 de agosto de 2018
Climatério não é doença e deve ser visto como processo biológico
13 de agosto de 2018
Exibir tudo

Quando você aquela cena linda de uma mãe amamentando seu bebê em uma bela poltrona, com um sorriso estampado no rosto, transmitindo a maior tranquilidado do mundo, a impressão é de que o aleitamento é algo simples e totalmente natural; um talento que já nasce com as mulheres. O que quase ninguém conta é que não: nem sempre funciona assim. As dificuldades, principalmente no início da vida do bebê, não são poucas e, por isso, boa parte das mães acaba desistindo de amamentar. Munir-se de informação e pedir ajuda quando necessário são atitudes fundamentais para conseguir encarar essa missão com serenidade. Reunimos aqui as dificuldades mais comuns das mães e conversamos com especialistas para ajudar a solucioná-las.

Dor
Amamentar pode doer, sim. E por vários motivos. Pode ser o bico rachado, os seios muito cheios, ingurgitados, situação que pode até evoluir para uma mastite e causar febre alta na mãe. A pega errada (quando o bebê não abocanha a auréola por completo, mas apenas o bico do seio) é outra causa de sofrimento. Tem bebê que chega a morder o bico do seio e, acredite: mesmo que eles não tenham dentes ainda, a pressão da gengiva machuca. Os desconfortos intensos ocorrem principalmente durante as primeiras semanas de amamentação, quando o seio ainda está se adaptando para os longos meses que virão pela frente. É uma fase de adaptação, mas pode atrapalhar (e muito!) a amamentação do bebê. Vanessa Gabriel, mãe de Mariana, 6 anos, e Catarina, 3, conta que foi uma ilusão pensar em ter prazer ao amamentar. “Minha filha ficava com a boca muito fechada, agarrando apenas o bico e deixou meu mamilo como uma ‘couve-flor’. Sangrou por quatro meses”, conta. “Foi a minha persistência em saber o quão importante era a amamentação que me fez conseguir vencer”. Para ela, falta informação e preparo sobre o assunto ainda no pré-natal.

Mas e quando os seios estão rachados e doloridos, o que fazer? A principal atitude quando as mamas ficam feridas é avaliar o motivo que levou isso a acontecer e ajustar a pega o mais rápido possível. Pomadas são contraindicadas de maneira geral pois seu uso pode levar a obstruções de ductos e sensibilidade maior na região do complexo mamilo areolar. Atualmente utilizamos o laser de baixa potência para otimizar o processo cicatricial. É uma ferramenta nova, mas promissora, e com evidências científicas que apontam seu benefícios.

Mamas muito cheias, ingurgitadas, também causam dor e prejudicam a pega do bebê, podendo levar ao aparecimento das fissuras. É importante que a mãe esteja atenta no momento das mamadas. Caso as mamas estejam muito cheias, ela deverá realizar o que chamamos de ordenha de alívio. A mãe massageia as mamas e retirar um pouco do leite, de maneira que elas continuem cheias, mas mais macias. Isso permitirá que a pega aconteça de maneira correta, com consequente eficiência na mamada, sem dor e com esvaziamento adequado dos seios.

Pouco leite
Muitas mulheres ouvem que devem ter pouco leite ou que o leite é fraco, quando o bebê não para de chorar. Foi o caso da leitora Ione Farias, mãe de Samuel, 1 ano e 8 meses, e de Cecília, que ainda está na barriga. Fiquei muito abalada e procurei todas as soluções possíveis. Acho que me preparei muito para o parto e pouco para a amamentação.

isso pode acontecer no caso de mulheres que tenham passado por cirurgias mamárias, como as redutoras ou mastopexias (método cirúrgico que permite que a flacidez dos seios seja corrigida de forma a ficarem rígidos e elevados de novo). No entanto, não existe leite fraco ou pouca produção por parte da mãe. O que pode acontecer é um desequilíbrio causado quando o bebê não suga adequadamente. O ducto mamário vazio é o sinal para o corpo produzir mais e isso não é uma questão de deixar o bebê horas no peito. É preciso ensinar o bebê a mamar do jeito certo com algumas manobras, como, apoiar o queixo dele durante a mamada para fortalecer a musculatura e abocanhar totalmente a auréola, em vez de pegar apenas o bico.

Bico invertido
Ter o bico do seio voltado para dentro e não para fora pode dificultar a pega do bebê. Nesses casos, o bebê não consegue sugar e puxa o seio com mais voracidade. A mãe, então, precisa de ajuda para conseguir “formar” o bico do seio e, muitas vezes, recorre ao auxílio dos bicos de silicone ou às conchas, o que pode atrapalhar ainda mais o processo. Isabela Gobbi, mãe de Laura, 2 anos, conta que tinha um dos bicos invertidos e que isso prejudicou o processo de amamentação. “Fiquei praticamente 40 dias sofrendo muito, mas não desisti. Fui fazendo tudo que aprendi no curso de amamentação”, conta.

Falta de apoio e críticas
Amamentação e parto são temas que facilmente causam discussões entre quem tem opiniões divergentes. Muitas vezes, as conversas viram verdadeiras brigas e, nesse caso, a melhor solução é se informar.  Ler livros específicos e buscar fazer cursos são boas alternativas. Pense realmente em contratar a visita de uma consultora em aleitamento. Alguns convênios médicos até oferecem o serviço às suas seguradas. Também é possível pedir ajuda nos postos de saúde ou em bancos de leite.

Falta de informação e preparo
Ao longo dos nove meses da gestação, alguns pais e mães até se matriculam em cursos sobre o tema. Nesse período, eles aprendem sobre os cuidados básicos com o bebê e se preparam para que a chegada em casa seja menos assustadora.

 

 

Fonte:revistacrescer.globo.com

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado.