A endometriose é uma daquelas doenças silenciosas, difícil de ser diagnosticada. E é por isso que o conhecimento sobre sua existência é essencial, ainda mais pelo fato desse distúrbio estar presente na vida de tantas mulheres.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 7 milhões de mulheres sofrem com a endometriose no Brasil. A endometriose pode ser assintomática, mas também pode causar cólica menstrual intensa, dor durante a relação sexual e também, em alguns casos, a infertilidade.
A doença é causada pelo tecido interno que reveste o útero (endométrio) que, por razões ainda não totalmente descobertas, se implanta em outros órgãos da região do abdômen, causando dor e desconforto, impactando na saúde e rotina das mulheres, além de comprometer a fertilidade de quem deseja engravidar.
Além de prejudicar a saúde da mulher em vários fatores, é comprovado que a endometriose infelizmente pode influenciar a fertilidade, na maioria dos casos.
A endometriose influencia negativamente no processo de ovulação e implantação do embrião, também levando a alterações hormonais e inflamatórias, que causam impacto negativo na capacidade fértil.
A doença prejudica a liberação de óvulos em direção às trompas e interfere no transporte do óvulo pela trompa, seja pela alteração inflamatória ou pelas aderências que fazem as trompas se entrelaçarem em outros órgãos impedindo a sua adequada movimentação.
Ele também salienta que a endometriose pode ser dividida em três tipos, cada um deles recebendo tratamentos e cuidados diferenciados:
Endometriose superficial ou peritoneal: caracterizada por lesões espalhadas na superfície interior do abdômen. Podem chegar a atingir até mesmo o diafragma. Embora sejam lesões superficiais, em alguns casos podem estar localizadas sobre órgãos vitais como o intestino e bexiga. Os sintomas mais comuns desse tipo de endometriose são cólica fortes, menstruação irregular e infertilidade.
Endometriose ovariana ou endometrioma: atinge a face externa dos ovários, provocando a retração do mesmo e formação de cistos. Na maioria dos casos a paciente apresenta sintomas e o diagnóstico ocorre em exames ginecológico de rotina. A indicação cirúrgica vai depender do tamanho dos cistos e a resposta da paciente ao tratamento medicamentoso.
Endometriose infiltrativa profunda: a forma mais agressiva da endometriose, compromete muito a qualidade de vida da paciente, podendo interferir nas chances de gravidez mesmo quando utilizadas técnicas de Reprodução Assistida. As lesões são profundas e o tecido endometrial chega a envolver outros órgãos como a bexiga, ureteres e intestino.