Cada um tem seu motivo, mas o fato é que não existe método anticoncepcional 100% seguro. No caso da pílula anticoncepcional, o risco de falha varia entre 1% e 9%.
O erro mais comum que leva à falha da pílula é o esquecimento: não tomá-la no horário correto ou simplesmente não tomá-la um dia ou outro. A eficácia fica comprometida quando o intervalo de um dia para o outro é superior a 12 horas – por exemplo, tomar às 9h em um dia e às 23h no dia seguinte.
Também há maior risco de engravidar quando a cartela é iniciada com mais de três dias de atraso OU quando se esquece de tomar três ou mais pílulas perto do início ou do fim da cartela.
Alguns medicamentos podem diminuir ou cortar o efeito anticoncepcional das pílulas hormonais. Os que se destacam são:
– anticonvulsivantes (para prevenção e tratamento de crises convulsivas e epiléticas, neuralgias, transtornos de humor)
– barbitúricos (antiepiléticos e sedativos, por exemplo)
– antibióticos (como a rifampicina, azitromicina, metronidazol, clindamicina)
– antidepressivos
Isso ocorre porque tais medicamentos podem alterar a permeabilidade das paredes intestinais – onde os anticoncepcionais são absorvidos. No caso específico da rifampicina, ela aumenta a velocidade de metabolização do anticoncepcional, reduzindo a quantidade de hormônios na corrente sanguínea.
Caso estes medicamentos precisem ser usados por um período prolongado, o ideal é optar por outro método anticoncepcional, como o DIU.
Episódios de vômito ou de diarreia em um intervalo de até quatro horas depois de ingerir a pílula podem fazer com que ela não seja totalmente absorvida e, consequentemente, seu efeito seja cortado. Nestes casos, recomenda-se tomar outra pílula imediatamente.
Mulheres portadoras de alguma doença inflamatória intestinal (como retocolite ulcerativa ou doença de Crohn) ou que tenham realizado cirurgia bariátrica apresentam maior risco de ter a eficácia da pílula anticoncepcional reduzida, porque essas situações tendem a impedir que o intestino delgado absorva corretamente seus hormônios.
O chá de erva-de-são-joão interfere na absorção do hormônio e bloqueia o efeito da pílula anticoncepcional. Ele é muito usado em tratamentos caseiros para depressão e ansiedade, então fique atenta! Seu efeito no organismo dura cerca de duas semanas.
Quanto a outros chás corriqueiros – de camomila, erva-doce ou erva-cidreira, por exemplo –, não se preocupe: eles não afetam o efeito da pílula.
O excesso de álcool no sangue aumenta os níveis de estradiol, o hormônio que regula o fluxo menstrual, e diminui a eficácia da pílula anticoncepcional.
O ideal é continuar tomando sua cartela de pílulas normalmente, mas usar um método de barreira – como a camisinha – até começar a próxima. Além disso, como falado anteriormente, se for o caso de uma situação que perdure por muito tempo, é melhor escolher outro método anticoncepcional de longa duração.
E não se esqueça: a camisinha serve não apenas para impedir uma gravidez indesejada, mas também para evitar infecções sexualmente transmissíveis. Por isso, tem que usar camisinha sempre!
Não há sintomas físicos específicos que mostrem que o efeito da pílula tenha sido cortado. Um sinal que pode ocorrer é o sangramento fora do período menstrual – o “escape” –, que indica níveis de hormônios fora do normal. Sempre é bom passar por uma consulta com o/a ginecologista quando isso ocorrer.