A depender do nível de desconforto causado e do número de dias comprometidos, pode-se quase ignorá-la, tolerá-la e também detestá-la. Um dos fenômenos mais característicos da vida feminina, a menstruação acompanha a mulher desde a puberdade até a idade madura, e é fundamental compreender bem o que acontece no organismo para que se possa ler melhor os sinais emitidos por ele e estar sempre em dia com a saúde.
A menstruação é a culminância de um mês inteiro de preparação do corpo para uma possível gravidez. No caso de alguém que não utiliza contracepção, o óvulo é produzido para se encontrar com um espermatozoide e ocorrer, então, a fecundação, gerando um feto. Quando isso não ocorre, processam-se modificações hormonais dentro do útero que fazem com que haja um descolamento da camada que reveste o órgão internamente, chamada de endométrio. Essa descamação do endométrio é o sangue expelido pela vagina durante o ciclo menstrual.
Quando se utiliza algum método contraceptivo, como a pílula, o mais comum deles, também acontece o sangramento, mas programado, provocado artificialmente. A pílula “faz de conta” que o endométrio está se modificando e, quando a ingestão dos comprimidos da cartela é interrompida, o endométrio também se descola e é eliminado, recompondo-se depois outra vez.
Um ciclo menstrual completo normal pode durar entre 21 e 40 dias, começando no primeiro dia da menstruação e se encerrando na véspera da próxima (no caso de mulheres que não usam contracepção). Costuma-se interpretar como ciclo regular aquele em que ocorre sangramento uma vez por mês, todos os meses – algumas pacientes por vezes consideram, erroneamente, que têm um ciclo irregular porque o início do fluxo não acontece sempre no mesmo dia do calendário.
Os ciclos tendem a ser irregulares nos extremos da vida reprodutiva: caso da pré-adolescente ou adolescente nos dois primeiros anos após a primeira menstruação, chamada de menarca, e da mulher que se aproxima da menopausa. A bebê já nasce com sua carga completa de óvulos para toda a sua existência, número que vai diminuindo com o decorrer dos anos.
As primeiras menstruações da menina, em geral, são anovulatórias (não há ovulação). Quando seu funcionamento hormonal se estabiliza, passa a ocorrer a ovulação e existe a possibilidade de engravidar. Da mesma forma, quem está na outra ponta, na faixa entre os 40 e os 50, tempos antes da parada total do sangramento, pode ter ciclos anovulatórios – os óvulos dentro dos ovários dessa mulher que está chegando perto do climatério já estão desgastados e em número reduzido, daí a menor frequência de uma gravidez nessa fase. Muitas vezes, em seus últimos ciclos, ela menstrua sem ovular.
Quando a mulher está alcançando a menopausa, na faixa dos 40 aos 45 anos, é comum que os ciclos se tornem mais curtos, ainda que regulares. Aquela que sangrava a cada 28 dias pode ter esse intervalo reduzido para 25 ou 23 dias, por exemplo. Mas a irregularidade também chega – o sangramento pode passar a durar mais dias e a ser mais intenso ou ocorrer no meio do ciclo.
Pode se tratar apenas de uma disfunção hormonal do climatério, mas também pode ser a indicação de outro problema, como miomas ou pólipos endometriais. A certo ponto, ela pode menstruar dois ou três meses seguidos e depois passar dois meses sem sangrar, até sangrar de novo.
Fonte: gauchazh.clicrbs.com.br