Pílula anticoncepcional: mitos e verdades

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O público feminino dispõe de diversos tipos de métodos contraceptivos para impedir a gravidez e prevenir doenças sexualmente transmissíveis. Ainda assim, parece haver um favorito entre eles: a pílula anticoncepcional. Segundo dados divulgados este ano pela Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), aproximadamente 100 milhões de mulheres no mundo utilizam esse método.
As dúvidas sobre a melhor maneira de tomar o medicamento surgem com frequência e, na era das redes sociais e das “fake news” (notícias falsas), os mitos também se propagam.

As principais dúvidas sobre a pílula anticoncepcional:

– Engorda?

Talvez. A ingestão do medicamento causa a retenção de líquido e aumento da vontade de consumir carboidratos. Porém, existem pílulas com composições que podem diminuir o sintoma – estudos comparativos entre usuárias e não usuárias mostraram que as variações de peso (média de 0,5 kg) foram semelhantes nos dois grupos.

 – Causa celulite?

Mito. A celulite é uma patologia que possui vários fatores envolvidos, tais como: predisposição genética, sexo feminino, idade, obesidade, sedentarismo, alto consumo de doces e bebidas gasosas, disfunções circulatórias, gestação, tabagismo, disfunções hormonais e uso de determinados medicamentos. Assim, não é possível dizer que a pílula seja a responsável por sua origem. Porém, a retenção hídrica associada ao uso de pílulas poderia causar a sensação de aumento da celulite nas mulheres com predisposição.

– Aumenta os seios?

Mito. As pílulas contraceptivas são formuladas pela combinação de estrogênio e progestagênio ou apenas com o progestagênio. Os efeitos desses hormônios nas mamas podem causar aumento da sensibilidade, dor mamária e sensação de inchaço, mas não aumentar o volume.

– Dá trombose?

Verdade. Dados da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) indicam que mulheres que usam anticoncepcional correm risco de quatro a seis vezes maior de desenvolver trombose em um ano do que aquelas que não utilizam métodos contraceptivos hormonais. Os dois tipos de trombose mais comuns para essas mulheres são a venosa e a arterial e que, dependendo do perfil da mulher, ou seja, se ela é obesa, possui histórico familiar ou é fumante, as chances se elevam.

– Melhora a pele?

Verdade.  Há uma melhora na pele porque o estrogênio tem a propriedade de aumentar a produção de uma proteína no fígado, chamada SHBG (steroid hormone biding globulin), que é responsável por diminuir a biodisponibilidade dos hormônios com efeitos androgênicos. E, assim, ocorre melhora da oleosidade da pele e da acne.
– Existe uma idade certa para começar a tomar?

Depende. Segundo os professores da FCMSCSP, a idade para se começar é definida mediante consulta com o ginecologista, que definirá se a mulher pode ou não tomar a pílula. Em geral, é recomendado começar quando existir o risco de acontecer uma gestação não planejada. Estudos reportam que os benefícios contraceptivos superam todos os eventuais riscos de seu uso. No caso de adolescentes, com o início da atividade sexual, a recomendação é o uso da dupla proteção: a pílula anticoncepcional associada a outro método de alta efetividade, como a camisinha feminina ou masculina, por exemplo.

– Quem não pode tomar a pílula?
Pelo risco de associação com complicações graves, não podem tomar pílulas contendo estrogênio as mulheres que tiveram trombose, portadoras de trombofilias hereditárias, histórico pessoal de acidente vascular cerebral, câncer de mama, hipertensas, tabagistas acima de 35 anos e aquelas que sofrem com enxaqueca com aura.

– A pílula causa problemas vasculares?

As pílulas não são recomendadas para pessoas que possuem problemas de circulação, principalmente as tromboses e os efeitos colaterais do tabagismo. Além disso, os problemas vasculares com o uso de pílulas de baixa dose de estrogênio não são habituais quando a mulher é saudável, ou seja, não tabagista e não é hipertensa.

 – Causa varizes?

Mito. Não é comprovado que o uso da pílula anticoncepcional cause varizes. Porém, por se tratar de uma doença multifatorial – a que pode ser causada por várias origens –.

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